03. O que causa a halitose ou mau hálito?

Um relatório publicado pelo Instituto do Hálito em 2010 constatou que a maioria dos pacientes (60%) que pediram tratamento nos centros clínicos e hospitalares associados com o Instituto possui halitose com origem oral. Porém, a proporção de halitose de origem oral tem vindo a diminuir nos últimos anos, o que significa que tem aumentado a proporção de pacientes que tratamos cuja causa diagnosticada é não-oral (ou extra-bucal). Uma possível explicação é a crescente sensibilização e melhoria de hábitos de higiene oral por parte da população. Atualmente, não é frequente sermos confrontados na consulta com um paciente com má higiene oral. Outra possível explicação é a crescente preparação por parte dos profissionais de saúde oral quando a causa de halitose é desencadeada por uma má higiene oral. A vasta maioria dos médicos dentistas identifica a origem bucal do mau hálito e sabe como proceder.

“A maioria dos pacientes (60%) que pediram tratamento nos centros clínicos e hospitalares associados com o Instituto possui halitose com origem oral”.

O mesmo relatório verificou que as causas extra-orais (aparelho respiratório, tubo digestivo, sistémicas) são responsáveis por cerca de 17% dos casos diagnosticados e a tendência desta proporção, nos últimos anos, é crescente. As causas extra-orais/não-orais são de diagnóstico mais complexo e requerem geralmente uma tecnologia mais avançada, sendo mais susceptíveis de serem detectadas apenas numa consulta especializada de hálito com recurso à cromatografia gasosa e aos narizes electrónicos.

Destaco que nos restantes 23% de pacientes não lhes foi diagnosticada halitose verdadeira. Certas condições como um fluxo salivar diminuído, problemas digestivos, stress/ansiedade, ainda que em alguns casos possam originar uma halitose verdadeira, noutros casos podem produzir certas autopercepções olfativas levando o próprio a interpretar que padece halitose.