04. Que tipos de halitose existem?

As alterações do odor no ar expirado podem ser classificadas ou caracterizadas de diversas formas. Segundo a intensidade, desde não perceptível até muito intensa/desagradável (para este efeito empregam-se as escalas de Rosenberg e a de Seeman) ,segundo a duração, segundo o tipo de odor, e também segundo a frequência, podendo ser ocasionais/intermitentes/reativas ou contínuas/crónicas.

“Existem mais de 80 fisiopatologias que podem desencadear halitose”.

É importante destacar que os padrões de manifestação da halitose podem ter correspondência com as causas que a desencadeiam. Por exemplo, as halitoses desencadeadas pela cirrose hepática geralmente são muito intensas, crónicas, de longa duração e possuem um odor característico (o “foetor hepaticus”). Como existem mais de 80 fisiopatologias que podem desencadear halitose, esta podem ser classificada também segundo a causa (classificação etiológica).

Quanto à relevância clínica, podem ser fisiológicas (as que não necessitam de tratamento médico; por exemplo, a halitose que uma pessoa manifesta ao acordar) e patológicas (as que têm indicação para tratamento médico; por exemplo, a desencadeada por uma diverticulose de Zenker).

Finalmente, a classificação mais utilizada a nível científico, e que tem em conta o tipo de pacientes que procura tratamento, é a de Miyazaki/Yaegaki. Esta classifica os pacientes como tipo I ou “genuína” (quando é detetada/confirmada por terceiros), tipo II ou “pseudohalitose” (quando apenas existe autopercepção de mau hálito, isto é, nem outras pessoas nem aparelhos de medição a detetam) e tipo III ou “halitofobia” que se caracteriza por ser uma perturbação obsessiva do foro psiquiátrico.